Depois do ataque na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, região metropolitana de São Paulo (SP), ocorrido na última quarta-feira (13), a polícia investiga se os assassinos receberam incentivo e apoio na deep web para cometer o crime. Guilherme Taucci Monteiro (17) e Luiz Henrique de Castro (25), supostamente teriam conversado sobre o assunto em um fórum chamado Dogolachan, até dois dias antes do ato. A princípio, não se pode ter certeza se os diálogos são realmente dos atiradores, porém o contexto das conversas permite supor isso. Os participantes dos fóruns chegaram a citar, após o ataque, que os colegas virtuais foram os autores, inclusive divulgando uma foto de Guilherme, intitulando-o como herói. O Ministério Público de São Paulo abriu investigação para apurar a relação entre a deep web e os dois jovens.

Deep Web

A internet é um sistema global de redes de computadores interligadas, que vão muito além dos motores de busca, como o Google. A deep web foi criada nos Estados Unidos, cerca de 50 anos atrás, durante a Guerra Fria, a fim de proteger espiões no exterior e permitir a comunicação das forças armadas, além de impedir que os dados se apagassem com um ataque nuclear. Os conteúdos que estão disponíveis na web estão armazenados na surface web,e os demais ficam na deep web. Ela é muito utilizada por jornalistas investigativos, ativistas dos direitos humanos e demais pessoas e governos que precisam se comunicar com mais privacidade. De acordo com o perito criminal federal e professor de pós-graduação do IPOG Paraná, Paulo Quintiliano da Silva, que foi também diretor mundial da Interpol (Lyon, França, entre 2014 e 2016), a maior parte do conteúdo virtual está oculto. “Cerca de 4% do conteúdo total é o que pode ser visualizado, os outros 96% estão na deep web e na dark web”.

Dark web

A dark web é a parte mais obscura dentro da deep web. É muito utilizada pelos crackers e criminosos para a prática de crimes, buscando o anonimato e a impunidade. Ela é formada por redes como Tor e Freenet, que são motores de busca bastante restritos. “É possível investigar crimes praticados por meio da dark web, visto que tudo o que se faz pela internet deixa rastros. Para acessar a internet - inclusive a dark web - é necessária a utilização de um endereço válido de IP. Uma vez identificado o endereço IP utilizado na conduta criminosa, é possível se chegar ao responsável pelo crime”, explica Quintiliano.

De acordo com um estudo conduzido pela britânica University of Portsmouth, 83% dos crimes cometidos pela dark web têm relação com pedofilia. Além disso, compra e venda de drogas, contrabando de armas e matadores de aluguel também estão em por lá.

Ainda não existem dados muito confiáveis sobre a ocorrência de crimes peladark web, porque muitos não são reportados para as autoridades. “Apesar disso, pode-se perceber que o crescimento é assustador. A quantidade de notícias a respeito desses crimes também é muito pequena”, afirma o perito.

Agora, mais ameaças estão sendo feitas por meio do fórum Dogolocham, incitando novos ataques. Porém, o Coordenador do Núcleo de Combate a Crimes Cibernéticos do Ministério Público de São Paulo, Paulo Marco Lima, em entrevista à TV Record, avisou que eles estão sendo investigados e serão identificados. 

Sobre o IPOG

O Instituto de Pós-Graduação & Graduação (IPOG) é uma Instituição de Ensino Superior (IES) que tem como objetivo oferecer cursos de excelência e que atendam às exigências do mercado, em harmonia com as expectativas dos alunos. Atualmente, o IPOG está presente em todos os estados e seu diferencial competitivo está na oferta de cursos de pós-graduação lato sensu, com projetos pedagógicos arrojados e conteúdos atuais. Com essas características, o IPOG possui cursos de pós-graduação em diversas áreas, como: perícias, engenharia, arquitetura, saúde, negócios, produção, financeira, direito, ambiental, logística, publicidade, entre outras. O corpo docente dos cursos é extremamente qualificado para a docência, além de ser experiente em suas áreas técnicas.