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Curitiba,24/04/2024

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Passo a passo para construir uma educação financeira familiar eficiente

Segundo o IBGE, 70% das famílias brasileiras têm dificuldade para terminar o mês no azul. Veja como poupar


Passo a passo para construir uma educação financeira familiar eficiente

Sete em cada dez famílias brasileiras enfrentam algum tipo de dificuldade para arcar com as despesas mensais, como alimentação, aluguel e o pagamento de contas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Há casos em que a situação se agrava levando à inadimplência, que atinge mais de 70 milhões de brasileiros, segundo a Serasa, e compromete não só o equilíbrio financeiro, mas, por vezes, a subsistência. 

Especialistas apontam que a educação financeira é um caminho para orientar as famílias a lidarem com o dinheiro de forma mais saudável. Isso inclui não apenas o ajuste das despesas à realidade orçamentária, mas a adoção de comportamentos que possam facilitar essa adaptação.

Nesse sentido, o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, defende que os estudos sobre educação financeira devem envolver toda a família, incluindo as crianças. Para o especialista, o diálogo transparente sobre dinheiro, consumo consciente, poupar e investir para o futuro deve ser iniciado na infância.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) explica que a educação financeira deve ser descomplicada para ser eficiente, enquanto um processo de aprendizagem capaz de aproximar as pessoas da realização dos seus sonhos e, assim, aumentar a qualidade de vida.

Considerando que as famílias mantêm despesas, orçamentos e sonhos em conjunto, a proposta é pensar no conceito de educação financeira familiar, em que todos os membros se envolvam no processo de aprendizagem.

Educação financeira familiar, na prática

Ouvindo as orientações da Abefin e do Idec, os interessados podem iniciar o processo de educação financeira familiar a partir de uma avaliação da realidade em que vivem no momento. Para isso, é necessário reunir todos os membros e detalhar no papel quais são as fontes de renda, as despesas e as dívidas a serem quitadas.

Conhecendo a realidade financeira, o próximo passo é adequar o padrão de vida à renda para que as contas fiquem no azul. É preciso um esforço conjunto de todos os membros da família para cortar os gastos supérfluos e diminuir o possível nos gastos fixos.

De acordo com a Abefin, para eliminar as despesas desnecessárias é importante sempre se perguntar “eu realmente preciso comprar isso?”. Já a redução dos custos com gastos fixos passa pela adoção de estratégias, como pagar as contas em dia para aproveitar descontos, não deixar luzes acesas em cômodos vazios e aproveitar promoções no supermercado.

O propósito é conseguir deixar as contas em dia para avançar para o próximo passo: poupar. A ideia é que o dinheiro economizado seja direcionado à criação de uma reserva de emergência, que consiste numa poupança financeira com a quantia suficiente para cobrir as despesas da família pelo período de, pelo menos, três meses.

Para fazer o dinheiro poupado render, é aconselhável investir. A família pode procurar um agente autônomo de investimentos para se informar sobre os produtos financeiros oferecidos por uma corretora.

Realidade econômica das famílias brasileiras

A realidade financeira da maior parte das famílias brasileiras é de dificuldade, segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), publicada em 2021, pelo IBGE. As informações foram coletadas durante o período pré-pandemia da Covid-19.  

O estudo revelou que os pagamentos das contas de água e luz foram os mais postergados pelas famílias que enfrentavam dificuldade financeira à época. A compra do gás de cozinha também sofreu restrições.

Na avaliação do pesquisador do IBGE, André Martins, a próxima edição da POF deve apresentar um cenário ainda mais desafiador, considerando o agravamento da crise econômica no país durante a pandemia.

De acordo com a Serasa, o país iniciou 2023 com mais de 70 milhões de brasileiros inadimplentes. Em dezembro de 2019, período pré-pandemia, o total era de 63,3 milhões.

O aumento do desemprego, a elevação dos juros e a alta da inflação nos últimos anos contribuíram para o cenário de dificuldades enfrentado pelas famílias do país. Por isso, além da educação financeira familiar como ferramenta de orientação, os especialistas apontam a necessidade de políticas públicas para a recuperação econômica do país.




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