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Curitiba,28/03/2024

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Acidentes com ônibus de transporte coletivo de passageiros podem ser evitados

No último mês, foram registrados 3 episódios com ônibus urbano de Curitiba


Acidentes com ônibus de transporte coletivo de passageiros podem ser evitados

Duas pessoas ficaram feridas após o estouro de um pneu do veículo da linha Interbairros 2, no Pilarzinho. No Prado Velho, um outro pneu de um ônibus biarticulado pegou fogo. Em um terceiro episódio, um ônibus da linha Centenário/Campo Comprido apresentou pane em frente ao terminal Campina do Siqueira, além de outros que frequentemente apresentam falha mecânica durante o trajeto. Esses três casos noticiados pela imprensa de Curitiba ocorreram entre final de setembro e início de outubro, em um intervalo de duas semanas, e podem indicar a falta de inspeção mecânica adequada nos veículos do transporte coletivo.

O engenheiro mecânico Rubem Penteado de Mello, especialista em segurança veicular e vice-presidente  da Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção (APOIA), diz que situações como as noticiadas podem ser comuns em função do uso do freio pelos ônibus do transporte coletivo. “É um veículo com característica de trafegar sempre com o sistema de freio acionado, deixando os pneus com temperatura elevada, porque o ônibus anda um pouco e freia para parar no próximo ponto; anda um pouco e freia, de maneira constante. Isso acaba sobrecarregando o sistema de frenagem, aumentando a temperatura, passando esse aquecimento para o pneu e ressecando a borracha. E por isso, de vez em quando, vemos estouro de pneu e problemas de freio em ônibus”, explica. No entanto, Mello - que também é membro titular da Câmara Temática de Assuntos Veiculares do Conselho Nacional de Trânsito (CTAV - Contran) -  é enfático ao afirmar que acidentes como esses poderiam ser evitados se os veículos fossem inspecionados periodicamente por especialistas.

Ao contrário dos veículos de transporte de turismo que circulam por rodovias, os ônibus urbanos não são obrigados a passar por uma inspeção técnica. São verificados pela URBS – empresa que dá gestão ao transporte coletivo de Curitiba – visualmente,  pintura, sinalização, e sistema de iluminação, higiene e situação dos pneus, mas sem o uso de equipamentos adequados.

A APOIA sugere que sejam feitas inspeções periódicas , pelo menos uma vez ao ano para que acidentes como estes sejam evitados. Parte da frota do transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba faz inspeção, com equipamentos precisos e corretos para esse tipo de avaliação, como o dinamômetro de freio, e a análise no fosso para examinar pneus, possíveis folgas, danos estruturais, além da segurança da análises do sistema mecânico feitos por técnicos e engenheiros.  Enquanto isso, a frota de ônibus de Curitiba faz apenas uma vistoria veicular, que é visual, o que não permite estabelecer a real condição dos automóveis.

“Como os ônibus se sobrecarregam pelo acionamento constante do freio, a boa prática indica inspeção ao menos uma vez ao ano, para que seja possível identificar se o freio é eficiente e está sendo usado corretamenteassim como os pneus e a direção”, explica Mello.

Mesmo que não seja obrigatória por lei, a inspeção periódica, realizada por empresas credenciadas e com utilização de equipamentos adequados irá trazer mais segurança tanto para os passageiros quanto para os motoristas dos veículos de transporte coletivo. “Vale ressaltar que a frequência  com  que  vem ocorrendo esses incidentes na frota de transporte de Curitiba vem se intensificando e o riscos são eminentes, pois trata-se da segurança da população que utiliza diariamente estes veículos”, reforça Mello.





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