Homenagem aos 250 anos da Lapa na 53ª Semana do Tropeiro em Sorocaba
Ao longo do século XVIII, a economia colonial crescia, e com ela, a necessidade de abastecer os centros urbanos que floresciam, sobretudo nas Minas Gerais. Os arraiais que se formavam em torno das novas jazidas necessitavam ser abastecidos por gêneros, transportados no lombo de mulas, únicos animais que conseguiam resistir com carga a percorrer grandes distâncias por caminhos muitas vezes impraticáveis. Aos grupos de animais reunidos para esse fim dava-se o nome de "tropas" e aos seus condutores, o de tropeiros, denominação no inicio reservada ao dono da tropas, mais tarde popularizada para todos os seus integrantes.
Em Sorocaba , no interior de São Paulo aconteciam grandes feiras durante todo o ano, ali sendo comerciados animais e gêneros para os garimpeiros e fazendeiros de café de São Paulo e Rio de Janeiro. Os comerciantes deslocavam-se entre o Rio Grande do Sul e São Paulo , transportando , mulas, bois cavalos e gêneros regionais.
Como tudo começou:
Em 1680, os jesuítas estabeleceram-se na região das Missões, no atual Rio Grande do Sul. Trouxeram com eles o gado que multiplicou-se livre e grandemente nas pradarias dos Pampas gaúchos. Com o advento da descoberta do ouro nas Minas Gerais, houve um grande aumento na demanda de carne (charque ) e, também, de couro para os alforjes do transporte do ouro até a metrópole portuguesa. Criou-se então, no Continente de São Pedro, hoje estado do Rio Grande do Sul, formada por paulistas, índios e castelhanos - o futuro homem gaúcho -, uma enorme rede de preação, abate de gado e salga. A Estância do Viamão era o grande mercado onde se comercializava esses produtos, por isso o nome Real Caminho do Viamão, na qual a Lapa, com seus 250 anos de história, ficava no meio do caminho.
Na oportunidade será também homenageado o tropeiro Hilário Rodrigues dos Santos , criador e mantenedor do Museu do Tropeiro do Feixo, Hilário e sua história peculiar tem sido referência quando se quer dar exemplo da transição do tropeiro antigo para o contemporâneo, pois ao longo de sua vida tropeou de forma tradicional tangendo o gado pela estrada ( começou ais 9 anos de idade) e seguiu na profissão de comerciante de gado na boleia do caminhão boiadeiro. Hilário também cria mulas em pequena escala em sua propriedade na Lapa, para manter a tradição. Outro lapeano que será laureado em Sorocaba é Marcio Assad um verdadeiro ícone nacional no resgate da história do tropeirismo. Assad tem proposto e levado adiante os mais importantes projetos no segmento do tropeirismo, seja no campo didático pedagógico com o Aprendiz de Tropeiro ( considerado entre os três programas didático-pedagógicos em levantamento pela imprensa especializada ), propôs no campo do turismo o Caminho das Tropas, de onde desdobraram inúmeros projetos no Brasil Meridional. No campo da divulgação e imprensa Assad, tem se notabilizado como o maior divulgador do tropeirismo no pais e com a sua coordenação na UNILT - Universidade Livre do Tropeirismo tem em suas mãos o maior veiculo de comunicação tropeira do Cone Sul da Américas ( área de influencia do ciclo do tropeirismo) .
A sessão solene em homenagem à 53ª Semana do Tropeiro, ocorrerá no dia 24 de maio, na Câmara Municipal de Sorocaba, com inicio às 20h00 e é uma proposição do vereador Luis Santos que é o Primeiro Secretário do Legislativo. O vereador Luis Santos é o propositor em Sorocaba da lei que passa a considerar a Lapa, como cidade irmã, assim como na Lapa a proposta foi do vereador presidente da câmara Arthur Bastian Vidal; leis estas aprovadas pelos legislativos e sancionada pelos prefeitos de Sorocaba e Lapa.
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