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Curitiba,29/03/2024

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Karl Lagerfeld: o estilista que revolucionou a Chanel


Karl Lagerfeld: o estilista que revolucionou  a Chanel Crédito: Divulgação | Loja da Chanel em Paris

Dono de desfiles primorosos e de uma nova visão para
a Chanel ー uma das maiores marcas de luxo do mundo ー, Karl Lagerfeld revolucionou o mundo da moda, mudou paradigmas e reergueu aquela que nos últimos anos faturou R$6 bilhões em um único ano. O estilista possuía convicções fortes e polêmicas sobre o design
das roupas que produzia e sobre o mundo político. Faleceu em janeiro deste ano e deixou um legado reconhecido por concorrentes e autoridades de Estado.


Mesmo nascendo na Alemanha, Lagerfeld fez carreira na
França, onde deixou uma marca para a posteridade. Em entrevista a uma rádio Local, o ministro do Interior da França, Christophe Castaner declarou: “[Lagerfeld] tinha uma personalidade imensa e extraordinária e que ajudou a representar um tipo de arte francesa".
Já Bernard Arnault, presidente e chefe-executivo da LVMH, que controla a Fendi, preferiu ser mais enfático: "Um gênio criativo que ajudou Paris a se tornar a capital mundial da moda".


O estilista alemão nasceu em Hamburgo, em 1933, ano no
qual Adolf Hitler se torna o Chanceler da Alemanha. Em 23 de março daquele ano, foi promulgada a Lei de Concessão de Plenos Poderes, fazendo com que Hitler tivesse efetivos poderes de ditador. Todo esse contexto moldou a personalidade e o pensamento político
do designer. Em maio do ano passado, o estilista declarou odiar a chanceler Angela Merkel e ameaçou abandonar a cidadania alemã em meio a discussões migratórias.


O designer não costumava fazer declarações ácidas só
no mundo da política. Em 2013, em uma entrevista para o programa Fantástico, da Rede Globo de televisão, ele definiu o que significa ser elegante no mundo da moda, segundo sua visão. "Elegância não tem a ver só com roupas. Se você é uma pessoa elegante, você
é elegante em jeans e camiseta. Se você não é, você fica vulgar em jeans e camiseta. É uma questão de atitude", disse.


Característica pessoal x versatilidade
no mundo da moda


 Lagerfeld tinha um modo particular de se vestir. Os ternos
impecáveis e as luvas pretas de couro eram a marca registrada do estilista ー fato que o tornava inconfundível. As criações do artista, no entanto, tinham um aspecto muito mais diverso e versátil, fazendo com que o designer se reinventasse a todo instante.
Com trabalhos na Fendi e na francesa Chloé, além de ter uma marca pessoal, Lagerfeld se destacou mesmo na Chanel, onde trabalhou durante 36 anos.


Os especialistas e os próprios executivos da empresa
de alta costura reconhecem que ele foi o responsável por reerguer a companhia e levá-la ao patamar no qual ela se encontra hoje. Quando foi contratado, em 1983, a Chanel atravessava um mau momento.


"Todos me disseram: 'não mexe nisso, está morto, acabou'
e foi isso que me divertiu, foi um desafio e funcionou cem vezes melhor do que eu pensava", afirmou o designer. Ele gostava de relembrar a fala de Alain Wertheimer, coproprietário de Chanel e seu irmão Gérard, a época. "Faça o que quiser. Eu venderei a maison
de qualquer maneira, não funciona. E eu respondi: 'escreva isso em um pedaço de papel'".



O designer, a partir de então, passou a reinventar todos
os códigos da casa. Mais do que um estilo reconhecível, as produções do estilista encarnavam um estado de espírito. Foi dessa forma que ele emplacou clássicos da marca, como tweeds, as pérolas e os modelos de
corrente
de ouro
. Lagerfeld gostava de dizer, com
ironia, que Gabrielle Chanel "odiaria" o trabalho dele.


Com seus 85 anos, Lagerfeld passou a ter alguns problemas
de saúde nos últimos meses. Em janeiro, faltou a um desfile da Chanel ー algo inédito até então.  Em nota, a companhia declarou que foi por cansaço. Dias depois, em 19 de fevereiro, a morte do designer foi confirmada. A causa teria sido um câncer no pâncreas.
Com uma vida particular muito reservada, guardava em segredo suas preferências fora do mundo do trabalho. Tudo o que a imprensa sabia era da sua principal companhia, a gata Choupette, que tinha até conta no Instagram.


A editora da revista Vogue ー uma das publicações mais
prestigiadas do mundo da modaー Anna Wintour, declarou seu carinho pelo estilista após a morte do designer. "Hoje o mundo perde um gigante. Karl era muito mais do que nosso grande e prolífico designer, seu gênio criativo era excitante e ser sua amiga foi um
presente excepcional. Karl era brilhante, ele era esperto, engraçado, generoso e profundamente gentil. Vou sentir muito sua falta", disse Anna.




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