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Curitiba,24/04/2024

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Guilherme liderou massacre; polícia pede apreensão de 3º envolvido.

A polícia também revelou que investiga a participação de uma terceira pessoa que teria auxiliado no planejamento do atentado. O terceiro participante é um menor e já teve sua apreensão pedida.

Fonte: Reprodução/Facebook
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A Polícia Civil informou na tarde de hoje, em entrevista coletiva, que Guilherme Taucci Monteiro, 17, foi o mentor do massacre que matou pelo menos 10 pessoas e deixou outras 11 feridas na escola Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. A polícia também revelou que investiga a participação de uma terceira pessoa que teria auxiliado no planejamento do atentado. O terceiro participante é um menor e já teve sua apreensão pedida. Ele estudou com Guilherme na escola alvo do ataque.


De acordo com o delegado Ruy Ferraz Fontes, o mais velho da dupla, Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, "não tinha uma personalidade tão firme a ponto de impedir ou deixar de ingressar na execução do crime". Segundo o delegado, Guilherme elaborou o crime como forma de ser "reconhecido" na comunidade em que vivia e teve como intenção realizar o massacre especificamente na escola onde estudou, e não em outra.

Ainda de acordo com as investigações, Guilherme decidiu matar o tio, Jorge Antonio de Moraes, dono de uma loja de carros, porque teve atritos com o familiar, de quem chegou a ser empregado. O adolescente foi demitido do local por, segundo a polícia, ter cometido pequenos furtos. "Ele não era reconhecido pelo tio, apesar de ter sido contratado para trabalhar na empresa, foi demitido após realizar pequenos furtos, e a informação que temos é que ele [Guilherme] era o líder da dupla", afirmou o delegado Ruy Ferraz Fontes, responsável pelas investigações.

terceira pessoa que a polícia investiga, e que teria atuado na elaboração do ataque à escola, também estudou na instituição e frequentou a mesma sala que Taucci. A polícia, no entanto, não revelou especificidades sobre qual a influência dela no massacre. "Houve a participação de um outro menor nessa trama, de planejamento", disse o delegado Fontes.

Questionado sobre detalhes na participação desse menor, o delegado afirmou que já tem mais informações, mas não pode revelar para não prejudicar a investigação.


Deep web e motivação 

Os policiais não revelaram minuciosidades sobre como se deu a relação dos dois jovens com fóruns e grupos na deep web - espécie de submundo da internet onde o conteúdo não é encontrado em mecanismos de busca, mas relativizaram a importância desse fator. Os investigadores, no entanto, estão extraindo todas as informações dos celulares e computadores dos autores do ataque.

Ontem, a polícia apreendeu computadores e cadernos utilizados pelos dois autores do ataque na escola de Suzano. As autoridades também colheram depoimentos de 16 testemunhas até o momento, além de inspecionar as residências dos jovens assassinos e a lan house onde costumavam se encontrar. "Não temos nenhuma evidência de que eles estivessem consultando a deep web para poder ter material suficiente para executar o que executaram.", afirmou o delegado.

Logo após o ataque, surgiram informações sobre a participação de Guilherme e Luiz Henrique no fórum virtual conhecido como Dogolachan, conhecido por abrigar fomentadores do discurso de ódio, de racismo, misoginia e homofobia. O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, chegou a afirmar hoje que não descarta a possibilidade de uma organização criminosa ter responsabilidade pelas mortes em Suzano. Segundo o procurador, o Ministério Público vai atuar com o núcleo de investigações cibernéticas do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para investigar o comportamento dos jovens na internet.

Em relação à motivação de Guilherme e Luiz, o delegado Fontes afirmou que seria "de caráter pessoal, buscando reconhecimento por parte da sociedade e da comunidade". Fontes afirmou que a polícia já chegou a uma conclusão de que os dois atiradores queriam agir como no massacre de Columbine - atentado em uma escola dos EUA, em 1999, onde 12 alunos e um professor foram mortos por dois atiradores.

"Queriam fazer como aconteceu na escola de Columbine, com crueldade e caráter trágico, para que fossem mais reconhecidos que eles [atiradores da escola nos EUA]." Questionado sobre a questão do bullying, suscitada pela mãe de um dos jovens, o delegado afirmou que era uma questão secundária e "não tão significativa".

Na entrevista, Ruy Ferraz Fontes ainda esclareceu que não existem informações concretas sobre como os atiradores teriam morrido, e que não sabe se havia um pacto entre os dois. "É um trabalho que estamos fazendo, mas, por enquanto, isso é só uma presunção", disse, sobre o fato de um ter matado o outro de depois se suicidado.




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