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Curitiba,24/04/2024

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As exportações e seus impactos ao mercado

O ótimo desempenho das exportações oferece importante suporte às cotações domésticas, especialmente com a lenta recuperação do consumo interno.

Milho

O ritmo de embarque com o cereal perdeu fôlego ao longo das três primeiras semanas de outubro. 

As projeções no início deste mês ficavam em torno de 4,5 milhões de toneladas, o que representaria alta de 33% ante setembro/18. Agora, a expectativa recuou para 3,5 milhões de toneladas, proporção similar ao embarcado no mês anterior.

De janeiro a setembro deste ano, o país embarcou 12 milhões de toneladas de milho, queda de 24,50% ante o mesmo período de 2017 (quando exportou-se 16 milhões de toneladas).

Normalmente, as exportações têm leve recuo nos últimos meses do ano, e se os embarques seguirem a sazonalidade histórica, os volumes nos próximos meses devem vir menores e ao redor de 3 milhões de toneladas.

Se confirmado, o país deverá embarcar em torno de 20 e 22 milhões de toneladas em 2018, queda anual próxima a 25%. Apesar de produção 16% menor.

Ou seja, é fato que os embarques neste ano serão menores ante as projeções iniciais, e os estoques de passagem poderão ficar maiores que o registrado da temporada anterior.

E essa expectativa de oferta doméstica mais confortável que colabora para equilíbrio de preços em níveis menores. Amanhã falaremos mais do impacto sobre as cotações.

Soja

O mercado continuará olhando para o ritmo de colheita norte-americano. O período mais úmido que comprometeu os trabalhos em campo naquele país, colaboraram para Chicago acumular alta de 4,25% na primeira metade deste mês.

Agora, as projeções apontam para condições climáticas mais favoráveis a colheita, apesar de chuvas continuarem previstas.

Mesmo com os problemas climáticos recentes, os EUA deverão colher safra recorde, enquanto o principal consumidor mundial da oleaginosa, a China, se mantém afastada de novas compras do produto americano – limitando altas na CBOT.

Deste modo, Chicago já devolve todos os ganhos obtidos e registra recuo de 0,15% desde início de outubro.

No Brasil a colheita está em ritmo recorde, o Mato Grosso já semeou metade da área prevista, enquanto a média para esta época do ano fica em 25%. Além disso, o país já plantou próximo a 30% da área que deve ser cultivada.

Por enquanto, a expectativa fica para colheita de 119 milhões de toneladas, mantendo os bons níveis de produção alcançando nas últimas safras.

Entretanto, vale destacar também que a chance de ocorrência do fenômeno climático El Niño subiu para 88%, o que deve gerar volatilidade e especulação climática nos próximos meses.

Por fim, se o país colher mais uma safra cheia, as cotações devem registrar acomodações pela ampliação da oferta. Entretanto, as quedas deverão ficar comedidas com apetite asiático pelo produto brasileiro.

Boi gordo

As exportações de carne bovina seguem em bom ritmo, enquanto o consumo interno segue lateralizado. A maior oferta de animais permite a indústria testar preços abaixo da referência.

Segundo os dados do MDIC, divulgados na tarde de ontem (22/out), os embarques de carne bovina in natura acumularam 95,1 mil toneladas nos primeiros 14 dias úteis deste mês. Se a média diária se repetir nos próximos dias, as exportações chegarão a 149,4 toneladas, registrando o segundo maior volume histórico já embarcado em um mês.

O ótimo desempenho das exportações oferece importante suporte às cotações domésticas, especialmente com a lenta recuperação do consumo interno.

A demanda intensa não pressiona frigoríficos a originar animais com maior avidez. Há cautela sobre o acúmulo de estoques pela indústria, posto o lento ritmo de reposição entre atacado e varejo. A sazonalidade mensal do consumo de carne bovina mostra que, nos últimos dias do mês, há uma queda do consumo no varejo.

No atacado, houve recuo dos preços. Ontem, a carcaça casada estava cotada a R$ 9,95/kg, menor patamar desde 12/set. O estreitamente do spread carne com osso/arroba pode levar a frigoríficos pressionarem para baixo o valor oferecido pelo animal terminado.

O indicador Esalq/BM&F encerrou ontem a R$ 147,95/@ (+0,85%). 

O contrato futuro com vencimento em outubro fechou a R$ 146,60/@ (-0,10%), menor patamar de 2018. Entretanto, nesta manhã (23/out), o contrato avança R$ 0,55/@ e está cotado a R$ 147,15/@.




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