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Curitiba,26/04/2024

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Bolsonaro é atacado durante campanha em Juiz de Fora


Bolsonaro é atacado durante campanha em Juiz de Fora



O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi vítima de um ataque enquanto fazia campanha pela presidência da República em Juiz de Fora (MG). A Santa Casa de Juiz de Fora, para onde Bolsonaro foi levado após receber uma facada, informou que "o paciente Jair Messias Bolsonaro deu entrada no hospital por volta das 15h40 com uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen". "Ele foi atendido na urgência, passou por um exame de ultrassonografia e agora está no Centro Cirúrgico", diz a nota. O incidente ocorre no dia seguinte à publicação pesquisa que confirmava a liderança do deputado na corrida presidencial sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em meio a uma campanha tensa, que já tinha registrado gestos de agressão durante a caravana pré-eleitoral de Lula, em março.

Apoiador de Bolsonaro, o deputado Fernando Francischini (PSL-PR) publicou uma foto do candidato à presidência na mesa de cirurgia com a mensagem "O Capitão está vivo e passará para a história!". Um dos filhos de Bolsonaro, Flávio, que é candidato ao Senado, disse em seu perfil no Twitter que "Infelizmente foi mais grave que esperávamos". "A perfuração atingiu parte do fígado, do pulmão e da alça do intestino. Perdeu muito sangue, chegou no hospital com pressão de 10/3, quase morto... Seu estado agora parece estabilizado. Orem, por favor!", publicou Flávio.

O agressor foi identificado como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos. Segundo a Polícia Federal, "o agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município" e foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato. A Polícia Federal informou ainda que que Bolsonaro "contava com a escolta de policiais federais quando foi atingido por uma faca durante um ato público na cidade de Juiz de Fora/MG".

Logo após o incidente, vídeos circularam pelas redes sociais mostrando mais de um ângulo do ataque. Pelos registros, é possível ver o momento em que Bolsonaro, que era carregado por apoiadores, contrai o corpo ao ser atingido no abdômen. Também é possível ver uma lâmina se afastar do corpo do candidato à presidência. Na sequência, o autor da facada é identificado pelos apoiadores do deputado, que o seguram e o agridem com murros.

Em sua página do Facebook, Adélio Bispo de Oliveira fazia comentários críticos a Bolsonaro e chegou a elogiar o presidente venezuelano Nicolás Maduro. “Dá nojo só de ouvir (...) dizer que a ditadura deveria ter matado pelos uns 30.000 comunistas”, escreveu Oliveira após postar um vídeo com entrevista do presidenciável do PSL realizada em data desconhecida. Bispo também usava a rede social para criticar o que chama de “direita maçônica”. “Na maçonaria a maior parte dos maçons não passam do terceiro grau, servindo de capachos para os mais graduados, e para lhes satisfazer certas vaidades e serviços exclusos”. Segundo fotos postadas em seu perfil, ele teria ido a ao menos um ato contra o presidente Michel Temer.

A notícia do ataque refletiu no mercado financeiro. A partir das 16h10, a Bolsa de Valores de São Paulo, que operava em queda durante todo o dia, começou a subir. O principal índice do mercado, Ibovespa, fechou o dia em alta de 1,76% e o dólar caiu 1%. Segundo analistas consultados pelo EL PAÍS, isso não significa, no entanto, que o mercado financeiro endosse Bolsonaro ou se posicione contra ele. O presidente Michel Temer criticou a intolerância que tem pautado a campanha. "A Polícia Federal e a polícia local já estão trabalhando nessa matéria, foi agora há pouco. Mas isso revela algo que devemos nos conscientizar. É intolerável num Estado democrático de direito que não haja a possibilidade de uma campanha tranquila, que uma campanha que as pessoas vão e apresentem seus projetos", disse Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota para repudiar o "ato de violência praticado contra o candidato Jair Bolsonaro". "A democracia não comporta esse tipo de situação. A realização das eleições em ambiente saudável depende da serenidade das instituições e militantes políticos. O processo eleitoral não pode ser usado para enfraquecer a democracia", diz na nota Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB. "Neste momento, cabe a reflexão a respeito do momento marcado por extremismos, por discursos de ódio e apologia à violência. Tudo isso apenas estimula mais violência, numa situação que prejudica a todos. A OAB acompanha atenta o desdobramento desse fato. É preciso que todas as forças políticas possam participar do pleito e que os eleitores tenham assegurado o direito à livre escolha", finaliza o presidente do OAB.

Os outros candidatos à presidência se manifestaram sobre o incidente. “Eu repudio todo e qualquer ato de violência. Por isso a violência nunca deve ser estimulada. Eu não estimulo”, disse o senador Alvaro Dias (Podemos-PR). O candidato do Novo, João Amoêdo, disse que "é lamentável e inaceitável o que aconteceu há pouco com o candidato Jair Bolsonaro". "Independentemente de divergências políticas, não é possível aceitar nenhum ato de violência. O Brasil lutou muito para voltar à democracia e a ter eleições limpas e livres. A violência não pode colocar essas conquistas em risco. Que o agressor sofra as devidas punições. Meus votos de melhoras para o candidato", completou.

Atualmente candidato a vice-presidente da chapa do PT à presidência, o ex-prefeito Fernando Haddad publicou em seu perfil no Twitter que repudia "totalmente qualquer ato de violência" e deseja "pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro". A ex-ministra Marina Silva (Rede) escreveu que "a violência contra o candidato Jair Bolsonaro é inadmissível e configura um duplo atentado: contra sua integridade física e contra a democracia". "Neste momento difícil que atravessa o Brasil, é preciso zelar com rigor pela defesa da vida humana e pela defesa da vida democrática e institucional do nosso País. Este atentado deve ser investigado e punido com todo rigor. A sociedade deve refutar energicamente qualquer uso da violência como manifestação política", completa Marina.




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